A OTAN acusou a Rússia de intensificar ataques a infraestruturas essenciais em diversos países europeus, com o objetivo de enfraquecer o apoio à Ucrânia. Durante uma reunião em Bruxelas, a aliança militar do Ocidente discutiu a crescente ameaça de sabotagens e ações híbridas, como ataques cibernéticos, desinformação e chantagem energética. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que a Rússia e a China têm utilizado esses métodos para desestabilizar as nações europeias e intimidar governos em apoio à Ucrânia. Recentemente, a OTAN concluiu a Operação Ventos Gelados, no Mar Báltico, como resposta a ações de sabotagem, incluindo o corte de cabos de fibra óptica que afetaram a região.
Além disso, o aumento dos ataques híbridos, incluindo incêndios em empresas e tentativas de assassinato, reflete uma escalada na estratégia russa de gerar instabilidade na Europa. Especialistas acreditam que essas ações visam dividir a União Europeia, sem um confronto militar direto, ao mesmo tempo em que mostram aos países que apoiam a Ucrânia os riscos envolvidos. O governo alemão, por exemplo, evitou um atentado contra o presidente de uma empresa fornecedora de armamentos para a Ucrânia, sinalizando a gravidade da situação. A OTAN também discutiu formas de melhorar a troca de informações de inteligência entre os países membros para enfrentar essas ameaças de maneira mais eficaz.
O especialista Keir Giles, da Chatham House, alertou que as ações da Rússia podem ser parte de uma preparação para uma ofensiva militar mais ampla, com o intuito de semear o medo e pressionar a Europa a reduzir o apoio à Ucrânia. A falta de medidas punitivas eficazes por parte da OTAN e dos Estados Unidos também foi mencionada como um fator que ainda não convenceu o Kremlin a interromper as suas ações no continente europeu. A OTAN, portanto, continua a se preparar para uma guerra híbrida, na qual a combinação de ataques físicos e cibernéticos se torna cada vez mais frequente.