Mais de 80 organizações da sociedade civil, movimentos de direitos humanos e grupos familiares de vítimas de violência policial enviaram um documento à Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando o aumento da violência policial no estado de São Paulo. As entidades citam operações como a “Operação Escudo” e a “Operação Verão”, que resultaram em mortes, incluindo o caso de um jovem jogado de uma ponte por um policial. O documento, protocolado em 20 de dezembro, exige que a OEA responsabilize as autoridades locais e peça à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que acompanhe os casos e recomende medidas para reduzir a violência policial no país.
A crescente letalidade policial em São Paulo tem afetado especialmente a população periférica e negra, com chacinas, como as ocorridas na Baixada Santista, resultando em dezenas de mortes. Só em 2023, a Polícia Militar do estado foi responsável pela morte de 460 pessoas, número que subiu para 673 até novembro de 2024. As organizações denunciam que a ação policial tem sido direcionada de forma sistemática a comunidades empobrecidas, sem distinção de identidade criminal, mas com foco nas periferias.
Em resposta às denúncias, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a gestão tem compromisso com a legalidade e transparência, e que os casos de violência policial são investigados com rigor. A Secretaria também contestou a alegação de aumento nas mortes em decorrência de ações policiais, apresentando dados que indicam uma redução de 32,2% em mortes durante os dois primeiros anos da atual gestão em comparação com o período anterior. Além disso, a Secretaria anunciou o aumento no uso de câmeras corporais pelos policiais, com novos protocolos para garantir maior transparência nas operações.