A organização Rio de Paz expressou indignação após a prefeitura do Rio de Janeiro retirar da Lagoa Rodrigo de Freitas um memorial que homenageava 49 crianças vítimas de bala perdida entre 2020 e 2024. As imagens das crianças ficaram expostas por menos de 24 horas, sendo substituídas por cartazes com nomes de policiais mortos em confrontos, que foram mantidos no local. A organização questionou a motivação da remoção e solicitou acesso às câmeras de monitoramento, mas foi informada pela imprensa que a retirada havia sido realizada pela própria prefeitura.
O fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, defendeu que o memorial estava no local desde 2015, inicialmente com os nomes das crianças vítimas da violência, e que a mudança para fotos foi uma tentativa de impactar mais fortemente a opinião pública. Ele questionou a diferença de tratamento entre a homenagem às crianças e a aos policiais militares mortos, uma vez que ambas eram consideradas justas pela organização. A prefeitura, por sua vez, justificou a retirada alegando que não foi consultada previamente para autorizar a montagem da exposição em um espaço público.
Além da atuação na Lagoa Rodrigo de Freitas, a Rio de Paz é conhecida por suas manifestações silenciosas na praia de Copacabana, geralmente com cruzes e cartazes. A organização já enfrentou resistência da prefeitura em outras ocasiões, como em 2016, quando réplicas de barracos foram removidas durante um protesto sobre o legado da Olimpíada. A organização afirma que suas ações buscam chamar a atenção para questões sociais, sempre com a intenção de gerar reflexão e debate público.