O principal partido de oposição da Coreia do Sul anunciou que apresentará um projeto de lei para o impeachment do presidente interino, Han Duck-soo. A medida foi tomada após um período de tensões políticas, especialmente relacionadas a uma tentativa do presidente afastado, Yoon Suk Yeol, de impor a lei marcial, que foi em parte atribuída ao contexto de oposição ao governo. O projeto de impeachment deverá ser apresentado em uma sessão plenária na próxima quinta-feira, 26 de dezembro, e, se aprovado, poderá ser votado entre 24 e 72 horas após sua apresentação.
O Partido Democrático, que possui maioria no parlamento, tomou a decisão após o adiamento da aprovação de uma legislação crucial para investigar as ações do governo de Yoon, incluindo a tentativa de imposição da lei marcial. A oposição também acusa Han de retardar a tramitação de projetos de lei essenciais, como o que permitiria a investigação de acusações contra o governo. Por outro lado, o governo em exercício expressou preocupação com o impacto potencial do impeachment no sistema político e econômico da Coreia do Sul, especialmente em relação à confiança internacional e à economia do país.
A proposta de impeachment de Han levanta questões sobre o número de votos necessários para sua aprovação. De acordo com a Constituição sul-coreana, um primeiro-ministro pode ser destituído com a maioria simples no parlamento, o que significa que a oposição pode não precisar do apoio dos partidos governistas. No entanto, caso o impeachment dependa de dois terços dos votos, seria necessário o apoio de pelo menos oito membros do partido de Yoon. Enquanto isso, o presidente afastado continua focado na análise do Tribunal Constitucional sobre a legalidade de seu afastamento e o futuro de sua presidência.