Parlamentares de oposição da Coreia do Sul apresentaram um pedido de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol na quarta-feira (4), após a declaração controversa de lei marcial feita por ele na noite anterior. A medida de exceção foi revogada logo depois de ser amplamente contestada pelo Congresso, gerando um clima de instabilidade política e protestos em Seul. A votação do impeachment está agendada para sexta-feira (6), e, caso mais de dois terços dos deputados aprovem a medida, o presidente será suspenso de suas funções enquanto o Tribunal Constitucional analisa a decisão.
A crise política teve início com a invasão da Assembleia Nacional por cerca de 300 militares, o que gerou receios de que o governo estivesse tentando intimidar ou prender parlamentares opositores. A situação foi comparada a eventos históricos de repressão no país, como o levante de Gwangju, de 1980. A resposta militar gerou um forte impacto nos mercados financeiros, com a bolsa de Seul fechando em queda. Embora a lei marcial tenha sido revogada poucas horas depois, o episódio causou danos significativos à imagem do governo.
Se o impeachment for aprovado, o primeiro-ministro assumirá temporariamente a presidência, e, caso a remoção seja definitiva, novas eleições terão que ser convocadas em até 60 dias. A medida do impeachment reflete uma crise profunda na política sul-coreana, que dividiu o país e abalou a confiança nas instituições governamentais.