A Polícia Civil de Goiás está investigando um esquema criminoso que envolveu a aplicação de um golpe milionário contra produtores rurais no município de Rio Verde, no sudoeste do estado. A operação, que teve início em novembro, já resultou na denúncia de 16 pessoas, incluindo empresários e familiares, acusados de estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As investigações indicam que o grupo, liderado por um corretor de grãos, teria adquirido grandes quantidades de soja, milho e algodão de produtores sem realizar os pagamentos acordados, além de utilizar empresas de fachada para ocultar e lavar os valores.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o esquema envolvia o uso de empresas “noteiras” para emitir notas fiscais falsas e evitar o pagamento de tributos. O grupo também se aproveitou da confiança estabelecida com os produtores rurais ao longo dos anos, expandindo suas práticas fraudulentas no mercado de commodities agrícolas. A Polícia Civil identificou ao menos 13 vítimas, mas acredita que o número real de prejudicados seja muito maior. O golpe é considerado um dos maiores já registrados no setor agropecuário do Brasil, com prejuízos bilionários para a economia local.
Em uma operação de grande escala, foram apreendidos diversos bens de luxo, como veículos importados e imóveis, além de aviões e caminhões. A justiça também solicitou o bloqueio de R$ 19 bilhões em ativos do grupo investigado. Enquanto alguns envolvidos estão presos, outros permanecem foragidos, incluindo o principal acusado, que, juntamente com sua esposa, está na lista de procurados da Interpol. As defesas dos envolvidos negam as acusações e afirmam que os fatos serão esclarecidos no decorrer do processo judicial.