O Ministério Público da Paraíba (MPPB) deflagrou, nesta quarta-feira (11), a Operação Retomada, que investiga indícios de um esquema criminoso envolvendo manipulação de decisões judiciais para beneficiar organizações fraudulentas. Entre os alvos estão um juiz de direito e três advogados, além de associações suspeitas de ajuizar ações coletivas fraudulentas na Comarca de Gurinhém, sem relação com os supostos associados, em sua maioria idosos de diferentes estados. As ações visavam obter vantagens indevidas, causando prejuízos ao sistema financeiro e aos idosos envolvidos.
Segundo as investigações, o esquema funcionava por meio de ações judiciais que suspendiam descontos de empréstimos consignados diretamente nas folhas de pagamento de servidores públicos, permitindo a contratação de novos empréstimos de forma irregular. Além disso, associações simulavam homologações de descontos sob justificativas falsas de contribuição associativa, muitas vezes sem o conhecimento ou compreensão dos idosos afetados. A atuação sistemática do grupo é apontada como prejudicial tanto aos direitos dos consumidores quanto à credibilidade do sistema judicial e financeiro.
A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), com apoio de sete promotores de Justiça, 21 agentes do Gaeco e 20 policiais civis. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e no Fórum de Gurinhém, autorizados pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. As investigações seguem em curso para apurar os fatos e garantir a responsabilização dos envolvidos.