Uma operação policial em São Paulo revelou indícios de envolvimento de agentes da Polícia Civil em um esquema de corrupção ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a investigação, os envolvidos teriam negociado propinas que somam R$ 30 milhões, recebendo pagamentos em dinheiro, bens de luxo e até propriedades. Além disso, acusações incluem a blindagem de criminosos durante investigações e a produção de documentos falsos para beneficiar membros da facção. A operação foi fundamentada em delações e resultou na prisão de vários investigados, bem como no bloqueio de bens dos envolvidos, com o objetivo de evitar a continuidade de práticas criminosas e garantir futuras reparações.
A decisão judicial que embasou as prisões destacou a gravidade do caso, apontando para uma possível infiltração sistêmica de agentes públicos em atividades ilegais, o que, segundo o juiz responsável, levanta questões sobre a integridade das instituições de segurança pública no Brasil. O patrimônio incompatível com os salários dos investigados foi um dos elementos que chamou atenção, reforçando as suspeitas de enriquecimento ilícito. A investigação está sendo conduzida com base em delações premiadas e evidências de irregularidades financeiras que comprometem a confiança na corporação.
As defesas dos investigados criticaram as prisões, argumentando falta de necessidade e base jurídica para as medidas, além de afirmar que os fatos já teriam sido investigados anteriormente e arquivados. Advogados também alegaram irregularidades no cumprimento dos mandados, como a ausência de comunicação prévia aos representantes legais. Apesar disso, os investigadores sustentam que as provas colhidas justificam a operação e apontam para um esquema estruturado de corrupção envolvendo autoridades públicas e organizações criminosas.