A Polícia Civil de Goiás está conduzindo uma operação para investigar um suposto desvio de R$ 10 milhões na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A operação, que resultou no cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão, foca em um convênio firmado entre a secretaria e uma associação privada. Segundo as investigações, o dinheiro foi repassado de forma irregular em um curto período, sendo utilizado por meio de transferências bancárias e saques em dinheiro. O caso está sendo tratado como um esquema de peculato e associação criminosa, envolvendo tanto agentes públicos quanto membros da organização privada contratada.
O contrato entre a Secretaria de Saúde e a associação envolvia a aquisição de equipamentos e serviços relacionados à saúde, incluindo palestras e pesquisas médicas. Porém, a polícia revelou que, em apenas 17 dias, o montante de R$ 10 milhões foi desviado, com parte dos recursos sendo transferida para empresas e contas de pessoas não envolvidas diretamente no convênio. As investigações apontam que o processo administrativo foi conduzido sem seguir as normativas legais, como a ausência de cotações de preços e documentos técnicos necessários. Esse fluxo de recursos foi acelerado e questionado pela polícia, o que motivou a nomeação da operação como “Speedy Cash”.
Além do desvio de verbas, o Ministério Público de Goiás destacou o contexto de crise na rede pública de saúde de Goiânia, onde há escassez de leitos hospitalares e UTIs, agravando a situação de pacientes que esperam por atendimento. No mês de novembro, pelo menos cinco pessoas faleceram enquanto aguardavam leitos de UTI, evidenciando a precariedade do sistema de saúde da capital. A investigação continua, e as autoridades estão colaborando para esclarecer os fatos e garantir que os responsáveis pelo desvio de recursos públicos sejam identificados e responsabilizados.