A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) solicitou nesta quinta-feira (12) acesso à Síria para dar continuidade às investigações sobre o uso de armas químicas durante a guerra civil, que resultaram em milhares de mortes e feridos. O diretor-geral da organização, Fernando Arias, destacou que o cenário político atual no país representa uma oportunidade única para esclarecer o uso de armas proibidas e identificar os responsáveis pelos ataques. No entanto, ele mencionou que, apesar de sinais positivos da Síria sobre a disposição em eliminar essas armas, nenhuma solicitação formal havia sido recebida até o momento.
A embaixadora dos Estados Unidos na OPCW, Nicole Shampaine, também manifestou o interesse do governo americano em aproveitar a mudança política na Síria para, finalmente, eliminar o arsenal químico do país. Ela ressaltou que este é um momento crucial para a colaboração entre a nova liderança síria e a comunidade internacional, incluindo a OPCW, para encerrar o ciclo de uso de armas químicas, que já dura mais de uma década. Arias, por sua vez, frisou que as vítimas merecem justiça e que o trabalho da OPCW tem como objetivo evitar futuras atrocidades desse tipo.
Embora a Síria tenha se comprometido em 2013 a eliminar suas armas químicas, com a destruição de 1.300 toneladas de materiais proibidos, investigações apontam que ainda existem estoques não destruídos. A Rússia e o governo sírio sempre negaram o uso de armas químicas, mas a OPCW e outros mecanismos internacionais já confirmaram o uso dessas substâncias em vários ataques entre 2015 e 2017. Diante disso, a organização internacional e representantes de países como a Alemanha expressaram a necessidade urgente de inspecionar instalações relevantes e garantir a destruição definitiva do arsenal químico remanescente, para prevenir novos incidentes no país devastado pela guerra.