O consumo de bens e serviços está presente em todos os aspectos da vida cotidiana, mas em alguns casos, essa prática pode se tornar uma compulsão, caracterizada pela Oniomania. Esse transtorno é descrito como um comportamento desadaptativo que visa suprir necessidades emocionais, levando ao consumo exacerbado de itens percebidos como essenciais ou prazerosos. A psicóloga Aparecida Tavares explica que a Oniomania é um distúrbio compulsivo que pode resultar em sérios prejuízos à saúde mental, muitas vezes associado a transtornos como ansiedade e depressão.
A diferença entre consumo saudável e consumismo patológico reside na impulsividade, onde o indivíduo compra sem refletir sobre a real necessidade de aquisição. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 8% da população mundial manifeste comportamentos de Oniomania. Para tratar esse distúrbio, é recomendada uma abordagem comportamental, que envolve psicoterapia cognitivo-comportamental e, em casos mais graves, o uso de medicação psiquiátrica. A psicóloga ainda sugere que alternativas de prazer e bem-estar, como atividades físicas, meditação e construção de relacionamentos saudáveis, podem ajudar a reduzir a compulsão.
Além dos danos à saúde mental, o consumo desenfreado também tem implicações ambientais, uma vez que contribui para o esgotamento dos recursos naturais e o aumento da produção de resíduos. Em resposta a essa realidade, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente os ODS 03 (Saúde e Bem-Estar) e 12 (Consumo e Produção Responsáveis), buscam promover práticas de consumo mais conscientes e sustentáveis, com o objetivo de melhorar tanto a qualidade de vida das pessoas quanto a preservação ambiental.