A psicopedagoga Onélia Santana, esposa do ministro da Educação Camilo Santana, foi aprovada nesta sexta-feira, 13, para integrar o Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE). A aprovação ocorreu após uma sabatina realizada na quinta-feira, 12, pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), que emitiu parecer favorável à sua nomeação. Durante a votação secreta, Onélia obteve 36 votos a favor e 5 contra, garantindo o cargo que terá um mandato de 33 anos, até sua aposentadoria compulsória aos 75 anos.
A nomeação gerou controvérsias, com críticas de parlamentares da oposição, que questionaram tanto o processo quanto os critérios técnicos utilizados. O deputado estadual Sargento Reginauro (União) apontou que a indicação foi desnecessária e chamou a atenção para o fato de Onélia ser a quarta mulher de ministros do governo Lula nomeada para tribunais de contas no país. Outros parlamentares também levantaram dúvidas sobre o passado de Onélia, mencionando um inquérito extinto do qual ela foi absolvida, e pediram maior transparência no processo, inclusive com uma votação aberta.
Por outro lado, aliados políticos de Onélia, como os deputados Osmar Baquit (PDT) e Romeu Aldigueri (PDT), defenderam a indicação, destacando que críticas em relação à escolha de cargos políticos para familiares não são novidade na política brasileira, citando exemplos de outras gestões. O cargo de conselheiro no TCE-CE oferece um salário mensal de R$ 39.717,69, e a nomeação ocorre em um contexto de forte apoio à base do governador Elmano de Freitas (PT), sucessor de Camilo Santana. A oposição, entretanto, se manteve firme nas críticas, especialmente sobre a falta de maior cobertura midiática e transparência no processo.