A música tem se tornado um elemento fundamental na construção da identidade de marcas de luxo, com um impacto direto na forma como os clientes percebem e interagem com os produtos. Em lojas e restaurantes de alto padrão, playlists são cuidadosamente curadas por agências especializadas, como a Gray V, para criar uma atmosfera única que ressoe com os valores da marca e complemente o ambiente físico. O objetivo principal é encorajar os clientes a permanecerem mais tempo e se conectarem emocionalmente com a experiência, enquanto a música também ajuda a transmitir a estética e a exclusividade da marca.
A curadoria musical não se limita a selecionar faixas populares ou clássicas, mas sim a entender o perfil do público e os objetivos da marca. A música deve ser estratégica, alinhando-se com as coleções de produtos, como no caso das lojas de moda, onde a playlist reflete a essência das coleções sazonais. O desafio é criar uma sonoridade que agrada diversos grupos etários, mesclando sons novos e conhecidos, ao mesmo tempo em que evita estereótipos ou escolhas previsíveis, como as tradicionais músicas de Natal, que podem ser vistas como excessivamente comuns em épocas festivas.
Além disso, a música se torna uma ferramenta de imersão no ambiente físico, como exemplificado em locais como o hotel Times Square Edition, onde a seleção musical muda ao longo da jornada do cliente, refletindo a transformação do espaço. Marcas de luxo, como a Tiffany & Co. e restaurantes como o Dover em Londres, utilizam a música como uma camada adicional de design, garantindo que cada elemento da experiência seja planejado para oferecer uma sensação de exclusividade e refinamento. O uso de playlists exclusivas, baseadas em conceitos específicos ou até em sentimentos abstratos, como “o som do mel escorrendo pelas paredes”, mostra como a música pode se tornar uma linguagem sofisticada para atrair e fidelizar o público-alvo.