O número de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, conhecidos como “nem-nem”, atingiu o menor nível desde o início da série histórica, em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, o grupo representava 21,2% da população jovem, totalizando 10,3 milhões de pessoas, o que representa uma redução de 4,9% em relação ao ano anterior. A diminuição dessa taxa é atribuída ao aquecimento do mercado de trabalho, que tem promovido a queda no desemprego.
Embora o cenário geral seja positivo, com o desemprego atingindo níveis históricos mais baixos, as disparidades socioeconômicas continuam a afetar os jovens de diferentes classes sociais. A pesquisa revela que, nos 10% dos domicílios com maiores rendimentos, apenas 6,6% dos jovens estavam fora do mercado de trabalho e do sistema educacional. Em contraste, entre os 10% dos domicílios com menores rendimentos, esse número chega a 49,3%, evidenciando a desigualdade de oportunidades.
A análise também aponta diferenças significativas em relação ao gênero e à cor da pele. Mulheres negras ou pardas representam 45,2% desse grupo de jovens “nem-nem”, enquanto as mulheres brancas correspondem a 18,9%. No caso dos homens, 23,4% dos negros ou pardos e 11,3% dos brancos estão nessa condição. As maiores reduções ocorreram entre as mulheres brancas e os homens negros ou pardos, enquanto as mulheres negras ou pardas apresentaram a menor diminuição no período. Esses dados refletem a complexidade do fenômeno, que envolve fatores econômicos e sociais interligados.