Pesquisadores da Universidade de York recentemente analisaram a máscara mortuária de Tutancâmon, conhecida por suas orelhas furadas, característica geralmente associada à realeza feminina ou jovens da nobreza egípcia. Essa análise levanta a possibilidade de que a máscara tenha sido originalmente destinada a uma figura feminina, possivelmente uma filha de Aquenáton, como Neferneferuré, cuja tumba nunca foi encontrada. A reutilização de objetos funerários, comum na época, sugere que o equipamento da tumba de Tutancâmon poderia ter sido reaproveitado de um sepultamento anterior, provavelmente destinado a uma princesa ou nobre de alto escalão.
Tutancâmon, que ascendeu ao trono com apenas nove anos e governou por um curto período até sua morte precoce aos 18 ou 19 anos, foi filho de Aquenáton e Nefertiti, cujo reinado foi marcado por profundas transformações religiosas. Após a morte de seu pai, Tutancâmon restabeleceu o culto a Amon e transferiu a corte para Tebas, após a tentativa de seu pai de estabelecer Aton como o deus único. A natureza abrupta de sua morte e o pequeno tamanho de sua tumba no Vale dos Reis alimentaram especulações de que o sepultamento de Tutancâmon havia sido apressado.
A recente teoria proposta pela equipe de York sugere que a máscara de Tutancâmon pode ter sido alterada, com o rosto substituído, mas com as orelhas femininas preservadas. No entanto, especialistas como Christian Eckmann argumentam que a estrutura de duas partes da máscara não é incomum para a época, e a presença de piercings em outras múmias reais também não é surpreendente. Assim, as novas discussões sobre a máscara e a tumba de Tutancâmon continuam a gerar debates entre arqueólogos, mantendo vivo o interesse por um dos maiores mistérios da história egípcia.