O governo brasileiro anunciou recentemente um pacote de medidas fiscais, incluindo a isenção de imposto de renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil por mês, com o objetivo de gerar uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos. Porém, a reação do mercado foi negativa, com economistas apontando que as medidas não foram suficientes para garantir a estabilidade fiscal esperada, especialmente com a proposta de aumentar impostos para quem ganha mais de R$ 50 mil. A proposta de isenção gerou dúvidas quanto à sua viabilidade e impactos financeiros, contribuindo para uma volatilidade no câmbio.
A alta contínua do dólar, que ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 6, é vista como reflexo da frustração do mercado com o pacote fiscal do governo. Especialistas indicam que, além das medidas internas, o cenário externo também influencia a desvalorização do real. A incerteza em relação à economia dos Estados Unidos, especialmente após a eleição de Donald Trump e suas promessas de políticas protecionistas, agrava a situação, criando um ambiente de risco para moedas emergentes como o real.
Embora alguns analistas vejam o pacote como um passo positivo, a falta de clareza sobre como serão compensados os cortes e as novas isenções gerou um clima de desconfiança. A combinação de fatores internos e externos, como a política fiscal brasileira e as mudanças previstas nos Estados Unidos, pode manter o dólar elevado por um período, com possíveis impactos na economia nacional. O cenário atual reflete uma vulnerabilidade das economias emergentes, que enfrentam tanto desafios fiscais internos quanto pressões externas.