O novo líder da Síria, Mohammed al-Bashir, assumiu o cargo de primeiro-ministro interino após a queda do presidente Bashar al-Assad, três dias antes, com o apoio de antigos rebeldes que participaram da derrubada do regime. Em seu discurso, al-Bashir anunciou que liderará a autoridade interina até 1º de março, com foco na transição política e na administração das instituições governamentais, incluindo a transferência de arquivos e a reabertura de serviços essenciais, como bancos e lojas. A normalização gradual foi observada, com o retorno das atividades em Damasco, apesar dos ataques aéreos de Israel.
A presença do grupo rebelde Hayat Tahrir al-Shams (HTS) tem sido um fator importante nesse processo, com o governo interino e a ONU sinalizando uma disposição para trabalhar com a organização, que tem buscado se distanciar de suas raízes jihadistas. A cidade de Idlib, controlada por rebeldes, continua sendo uma base crucial para a administração, e o novo líder, pouco conhecido fora dessa região, traz consigo um perfil técnico, com formação em engenharia elétrica e direito. No entanto, o cenário político e de segurança permanece delicado, com o HTS assumindo um papel significativo na segurança interna e na governança.
Além disso, a intervenção militar de Israel no território sírio gerou novos desafios para a administração interina. As forças israelenses, que haviam se infiltrado em uma zona desmilitarizada após a queda de Assad, avançaram para além dessa área, aumentando as tensões regionais. Israel justifica suas ações como medidas para evitar que armas caíssem em mãos hostis, enquanto garante que não se envolve diretamente no conflito interno da Síria. O futuro do país dependerá, em grande parte, da estabilidade política interna e da resposta internacional à nova liderança e às questões de segurança.