O governo brasileiro apresentou uma nova fórmula para o cálculo do salário mínimo, que foi aprovada pelo Congresso e deve gerar uma perda de R$ 10 por mês para trabalhadores, aposentados e pensionistas a partir de 2025. A alteração se deve à introdução de um limite de 2,5% para o crescimento do PIB no cálculo do aumento, enquanto, no formato anterior, o salário mínimo poderia ter sido reajustado de acordo com uma variação de 3,2% no PIB de 2023, resultando em um valor mais alto. A fórmula atual fixa o salário mínimo em R$ 1.518, enquanto, sem a limitação, ele seria de R$ 1.528.
A mudança na fórmula de cálculo do salário mínimo tem como objetivo reduzir as despesas públicas, uma vez que, com o novo ajuste, o governo deixará de pagar aproximadamente R$ 4 bilhões em 2025 com aposentadorias e benefícios sociais. Para o período entre 2025 e 2030, estima-se que a economia alcançará R$ 110 bilhões, o que representa um terço da meta de economia do pacote fiscal aprovado. Isso ocorre porque o custo adicional a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo é estimado em R$ 392 milhões.
O impacto da redução do aumento real do salário mínimo pode afetar o consumo no Brasil, já que ele serve de referência para cerca de 59,3 milhões de pessoas, incluindo trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) alerta que, com a restrição no aumento do poder de compra dessas pessoas, a economia pode sofrer uma desaceleração, afetando o crescimento econômico e reduzindo a demanda por bens e serviços no curto prazo.