O sonho da casa própria continua forte entre os brasileiros, mas as novas regras de financiamento imobiliário impostas pela Caixa Econômica Federal desde novembro de 2024 tornam o cenário mais desafiador para os compradores. A principal mudança foi a redução do percentual financiado pelo banco, que passou de 80% para 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) e de 70% para 50% pela Tabela Price. Além disso, o limite para o valor do imóvel financiado foi reduzido para R$ 1,5 milhão, e o comprador não pode ter outro financiamento ativo na Caixa. Essas alterações visam garantir a sustentabilidade do crédito no longo prazo, mas podem restringir o acesso à casa própria, especialmente para a classe média.
Apesar de um ano de 2024 positivo para o setor, com um crescimento de 20% nas contratações de crédito imobiliário, o cenário para 2025 é de incertezas. A alta de juros e a queda nos depósitos da poupança, que tradicionalmente financiam o setor, impactam diretamente as condições de crédito. A participação da poupança no financiamento imobiliário caiu para 34%, enquanto o mercado de capitais ganhou relevância, representando 40% do total. A expectativa é que os juros continue elevados, o que pode tornar o crédito ainda mais caro e limitar o acesso à moradia para as famílias com renda média.
A classe média, especialmente, será afetada pela necessidade de uma entrada maior nos financiamentos, o que torna o sonho da casa própria mais distante. Com uma renda média de R$ 5.000 a R$ 7.000, muitas famílias já enfrentam dificuldades para arcar com o aluguel, que, se ultrapassar 30% da renda, configura déficit habitacional. Especialistas sugerem que, para quem deseja financiar um imóvel, é importante fazer um planejamento financeiro rigoroso, com foco em investimentos de renda fixa que protejam contra a inflação e maximizem o valor reservado para a entrada do imóvel. O cenário, embora desafiador, destaca a necessidade de ajustes financeiros e maior planejamento por parte dos compradores.