A segunda temporada de “Round 6”, a série sul-coreana que se tornou um fenômeno global em 2021, estreou com novos episódios que exploram temas como a luta contra o poder e a crise política na Coreia do Sul. Com o país vivenciando protestos massivos contra a declaração de lei marcial e uma tentativa de golpe frustrada, a trama reflete o contexto atual, onde a violência e a desigualdade social continuam sendo pontos centrais. A série, que já havia sido reconhecida internacionalmente, agora aborda questões como a importância do voto e da democracia, mesmo sob condições extremas, com os participantes dos jogos enfrentando dilemas sobre continuar ou não em uma competição mortal.
A nova temporada introduz um sistema de votação entre os jogadores, que podem decidir a cada rodada se permanecem na disputa por um prêmio bilionário, apesar do risco iminente de morte. O diretor Hwang Dong-hyuk, que criou a série, comentou que as recentes tensões políticas na Coreia influenciaram as decisões criativas. De acordo com ele, a série visa refletir o momento atual do país e convidar o público a refletir sobre as escolhas políticas e sociais que fazem, especialmente diante de situações de extrema adversidade. O voto, como um ato de poder, é enfatizado como crucial, destacando a relação entre as ações individuais e as consequências coletivas.
O sucesso de “Round 6” também se reflete na crescente projeção internacional da cultura sul-coreana, que vai além da música, como demonstrado pelo impacto do K-pop e do filme “Parasita”. A série tornou-se um marco, sendo a produção estrangeira mais assistida na Netflix e recebendo reconhecimento na premiação do Emmy. Com a abordagem de questões profundas e atuais, como as lutas contra as elites e as estruturas de poder, a nova temporada promete ressoar ainda mais com o público, intensificando o significado das narrativas de resistência e transformação social, especialmente em tempos de crise.