O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou que as Forças Armadas do país mantivessem sua presença no Monte Hérmon, na Síria, até o final de 2025, conforme fontes oficiais. O Monte Hérmon, a montanha mais alta da Síria, foi capturado por Israel após a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro de 2023. A medida foi descrita como uma ação de segurança temporária, com o objetivo de garantir estabilidade enquanto a situação política e de segurança na Síria se reorganiza. Netanyahu espera também avaliar se os novos líderes sírios manterão os compromissos do acordo de 1974, que criou uma zona desmilitarizada entre as forças israelenses e sírias.
O controle do Monte Hérmon é estratégico, pois oferece uma vista ampla do Líbano, Síria e Israel, além de ficar a menos de 35 quilômetros da capital síria, Damasco. Enquanto a presença israelense na região é justificada por razões de segurança, especialmente no combate a ameaças jihadistas, críticos acusam Israel de aproveitar a instabilidade para expandir seu território. Em resposta às acusações de violação de acordos de paz, Netanyahu reafirmou que a ocupação da área é necessária para proteger as comunidades israelenses nas Colinas de Golã, especialmente contra a ameaça de grupos extremistas.
A queda do regime de Bashar al-Assad, após 50 anos no poder, marcou um ponto crítico na guerra civil síria, que começou em 2011. A batalha pela Síria envolveu potências globais e regionais, como os Estados Unidos, Rússia, Irã e Arábia Saudita, com o Estado Islâmico também ganhando terreno no país. Após anos de combate intenso e mais de 300 mil mortos, a guerra entra agora em uma fase de instabilidade política, com a população síria ainda em grande parte deslocada.