O Ministério da Saúde e a Prefeitura do Rio de Janeiro firmaram um acordo para a municipalização da gestão dos Hospitais Federais do Andaraí e Cardoso Fontes. O objetivo da medida é melhorar a qualidade do atendimento à população, aumentar o número de leitos e ampliar a capacidade de atendimento, com previsão de contratações e reformas nas unidades. O município receberá recursos federais significativos, incluindo R$ 610 milhões para custeio e R$ 150 milhões para ações imediatas. A mudança foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o prefeito Eduardo Paes, mas gerou controvérsias, com críticas de servidores do setor de saúde, especialmente do Sindsprev-RJ, que temem que a mudança seja um passo para a privatização das unidades.
O acordo prevê melhorias específicas, como a abertura de novos leitos e o aumento no número de atendimentos. No Hospital Federal do Andaraí, por exemplo, serão adicionados 146 leitos, dobrando o atendimento anual, enquanto no Hospital Cardoso Fontes, mais 68 leitos serão abertos, também com aumento no atendimento. Além disso, será realizada uma reestruturação física das unidades, com destaque para a recuperação das infraestruturas danificadas. A iniciativa integra um plano maior de reestruturação dos hospitais federais do Rio, que inclui a modernização de outras unidades e a contratação de novos profissionais para reforçar as equipes de saúde.
No entanto, a decisão de transferir a gestão para o município tem gerado resistências entre os trabalhadores, que questionam o modelo de gestão e o possível enfraquecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O temor é que a municipalização seja uma etapa para uma futura privatização ou para a implementação de parcerias público-privadas (PPPs) nas unidades. Protestos estão sendo organizados, e os servidores exigem garantias de que a mudança não comprometerá a continuidade do serviço público de saúde, além de melhorias nas condições de trabalho e nas condições das unidades de saúde federais.