Uma servidora pública de 44 anos faleceu após sofrer um choque anafilático provocado pela aplicação de hialuronidase, uma enzima usada para corrigir procedimentos com ácido hialurônico, em uma clínica em Goiânia. O procedimento foi realizado em um estabelecimento que, de acordo com a Polícia Civil, utilizava produtos manipulados sem a devida autorização da Anvisa. A paciente foi socorrida após sofrer uma parada cardiorrespiratória, mas teve morte cerebral no dia seguinte ao procedimento. A clínica foi interditada, e sua proprietária, que é biomédica, foi presa por irregularidades, como o uso de medicamentos vencidos e a execução de procedimentos invasivos sem a supervisão adequada de um médico.
O caso gerou grande comoção, especialmente entre os familiares da vítima, que alegam falhas no atendimento de emergência. A irmã da falecida declarou que o socorro demorou a chegar, e que a profissional que prestou atendimento tentou realizar uma traqueostomia, o que poderia ter agravado a situação. A clínica não possuía equipamentos adequados para o atendimento de emergências, como desfibriladores, o que foi destacado pela delegada responsável pela investigação. A situação trouxe à tona as sérias questões de segurança em procedimentos estéticos, que, apesar de comuns, podem envolver riscos graves quando não realizados corretamente.
O Conselho Regional de Biomedicina informou que está apurando o caso e que a profissional responsável pela clínica possui a formação necessária em Biomedicina Estética. Contudo, a investigação continua, e a possível responsabilidade pela morte da paciente será analisada conforme o andamento do processo. As autoridades ressaltam que a execução de procedimentos estéticos invasivos deve ser realizada com cautela, e a falta de regulamentação adequada nas clínicas de estética pode resultar em tragédias como esta.