A deposição do governo sírio após uma ofensiva relâmpago de grupos rebeldes liderados por islamitas trouxe mudanças significativas ao panorama político e militar do país. Com o fim de mais de meio século de domínio de uma dinastia, o futuro da Síria permanece incerto, enquanto forças rebeldes e outras facções competem pelo controle do território. Entre os principais atores estão grupos como o Hayat Tahrir al-Sham, que lideraram avanços estratégicos nas últimas semanas.
O mapa político da Síria agora reflete uma complexa divisão de forças. No noroeste, os sunitas consolidam presença em regiões-chave como Aleppo e Damasco, enquanto grupos alauítas dominam o litoral mediterrâneo, incluindo áreas com influência militar estrangeira. Ao norte, os curdos mantêm controle com o apoio prévio dos Estados Unidos, enfrentando tensões com forças alinhadas à Turquia. Outras minorias, como os drusos, reivindicam autonomia no sudoeste, adicionando mais variáveis à equação política.
Diante deste cenário, analistas consideram a possibilidade de uma federação que permita maior autonomia para os diferentes grupos étnicos e religiosos do país. Embora a proposta de federalização seja vista como uma solução potencial, sua implementação depende de acordos complexos entre os diversos interesses regionais e internacionais envolvidos. O futuro da Síria será moldado por essas negociações e pelos desdobramentos do conflito.