Em 2024, o formato MTG (abreviação de “montagem”) emergiu como uma das maiores tendências do funk no Brasil. Originalmente, as montagens no funk eram uma colagem de músicas com novos arranjos e batidas. No entanto, as MTGs atuais ganharam características próprias, como a utilização de músicas já populares, como sucessos da MPB e internacionais, e a adição de elementos típicos do funk de Belo Horizonte, como trompete, percussão e o som agudo do whistle. As faixas seguem uma estrutura mais lenta, com 130 BPM, e têm um estilo minimalista e “aéreo”, o que as torna distintas de outras formas do gênero.
Os primeiros responsáveis pelo sucesso das MTGs em 2024 foram produtores mineiros, como DJ Luan Gomes e DJ SV, que apostaram em versões dançantes de músicas conhecidas, alcançando grande popularidade no cenário nacional. O sucesso de faixas como “Quem Não Quer Sou Eu” de DJ Topo, que chegou ao topo das paradas e permaneceu entre as mais ouvidas por semanas, ajudou a consolidar as MTGs como um subgênero do funk. Além disso, a tendência cruzou fronteiras e alcançou outros estilos musicais, com artistas como Caetano Veloso e Duda Beat lançando suas próprias versões.
Apesar da popularidade, o formato enfrentou desafios relacionados à liberação de direitos autorais. A dificuldade em obter permissões para utilizar músicas de outros artistas fez com que muitas MTGs circulassem de forma informal nas redes sociais antes de serem lançadas oficialmente. Contudo, com o crescimento do gênero, a expectativa é de que as MTGs continuem a se expandir, experimentando novas sonoridades e ampliando ainda mais suas influências no cenário musical brasileiro. A tendência já foi comparada a outras fusões de estilos, como o funknejo, o pagonejo e o trap, e a aposta é que elas devem se fortalecer como um marco no funk.