João Pedro Stedile, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expressou críticas às recentes mudanças no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), implementadas pelo governo federal. Segundo ele, o aumento nos valores dos imóveis e da renda para acesso ao programa acabou beneficiando, principalmente, a classe média baixa, em detrimento das populações mais carentes, como os sem-teto das periferias. Stedile defendeu que os recursos do programa sejam mais bem direcionados para entidades de movimentos populares, garantindo maior participação social e reduzindo os custos de construção.
O Ministério das Cidades, em sua resposta, não refutou diretamente as críticas, mas esclareceu que o programa continua com duas modalidades de acesso: uma subsidiada para famílias com renda de até R$ 2.850 e outra financiada para famílias de até R$ 8.000. Ambas as modalidades priorizam famílias de baixa renda, com fontes de financiamento distintas. Entre as mudanças implementadas, destacam-se o aumento do subsídio para aquisição de imóveis e o corte de juros, além da elevação do teto dos preços dos imóveis e a ampliação do prazo de financiamento para 35 anos.
Além disso, o Ministério das Cidades informou avanços no MCMV-Entidades, que visa atender famílias de baixa renda organizadas em entidades. Em 2024, o programa retomou obras paralisadas e autorizou novas contratações, com um total de 37.535 novas unidades habitacionais em processo de seleção. A pasta destacou o compromisso com a transparência e a correta aplicação dos recursos públicos, reforçando a importância da participação das entidades na execução das políticas habitacionais.