O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) propôs uma mediação judicial para combater a superlotação no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. A iniciativa busca envolver os municípios de Parnamirim, Macaíba, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim e São José do Mipibu, com o objetivo de transferir para as unidades de saúde locais o atendimento ortopédico de baixa e média complexidade, atualmente concentrado no hospital estadual. A medida visa aliviar a pressão sobre o Walfredo Gurgel, melhorando o atendimento de casos mais graves.
A proposta se insere em um contexto de debate sobre a criação de uma “barreira ortopédica”, sugerida pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A ideia seria redirecionar os atendimentos ortopédicos de menor complexidade para unidades regionais de saúde, permitindo que o hospital se concentre em casos mais urgentes. No entanto, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) se posicionou contra a proposta, alegando que as unidades locais não têm estrutura suficiente para absorver a demanda, seja em termos de equipamentos, seja de profissionais.
Apesar das resistências, a Sesap defende que a regionalização da saúde, por meio da criação dessa barreira ortopédica, é uma estratégia necessária para melhorar o sistema de saúde como um todo. O MPRN espera que as audiências de mediação ajudem a promover um consenso entre o estado e os municípios, facilitando a implementação de ações conjuntas para resolver o problema da superlotação no hospital e melhorar o atendimento à população.