A MotoGP, principal competição de motovelocidade do mundo, retornará ao Brasil em 2026 após um jejum de 22 anos, com uma etapa em Goiânia, cidade que já sediou três corridas na década de 1980. A negociação para o retorno foi surpreendentemente rápida, levando apenas cinco meses para ser concretizada. O responsável por viabilizar esse retorno foi Walmir Cunha, um advogado especializado em Direito Empresarial e agronegócio, que, apesar de não ter vínculos diretos com o universo das motos ou com o governo estadual, usou sua paixão pelo motociclismo e sua vasta rede de contatos para articular a realização do evento.
A história começou com Cunha identificando uma oportunidade após o cancelamento da etapa da MotoGP na Argentina em 2023. Com o apoio de parceiros, ele conseguiu se aproximar da Dorna Sports, empresa responsável pelos direitos da competição, e também mobilizou o governo de Goiás, comandado pelo governador Ronaldo Caiado. Cunha apresentou um projeto detalhado, com estudos econômicos e comparativos com outros eventos, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 em São Paulo, o que ajudou a convencer as autoridades estaduais sobre a viabilidade da MotoGP em Goiânia.
Além disso, a negociação envolveu a busca por uma empresa promotora do evento, tarefa que foi finalmente assumida pela Brasil Motorsport, responsável também pelo GP de F1 em São Paulo. A rapidez com que tudo foi resolvido, especialmente quando comparado a tentativas frustradas de outras cidades, como Rio de Janeiro e Brasília, chama a atenção, já que a negociação formal foi concluída em apenas cinco meses. Mesmo sem receber qualquer compensação financeira pela articulação, Cunha afirmou que a experiência foi gratificante, e destacou a importância do seu trabalho de mediação entre as partes envolvidas.