O suicídio assistido foi tema central de um debate promovido pelo Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Em 23 de outubro, o poeta Antonio Cícero, diagnosticado com Alzheimer, recorreu ao procedimento de morte assistida em Zurique, na Suíça, destacando a crescente discussão internacional sobre a legalização dessa prática. A principal diferença entre suicídio assistido e eutanásia, explicada no evento, é que, enquanto na eutanásia o médico administra a substância letal, no suicídio assistido é o próprio paciente quem se encarrega de tomar a dose.
O processo de suicídio assistido, detalhado por médicos e especialistas no evento, envolve etapas burocráticas rigorosas, incluindo a adesão a uma associação, como a Dignitas, e a apresentação de uma série de documentos médicos e legais. Além disso, o paciente deve demonstrar seu desejo claro de optar pela morte assistida e passar por uma avaliação médica em dois momentos distintos. Um dos casos discutidos no debate envolveu um paciente idoso com múltiplas condições crônicas, que, após passar por todas as etapas, chegou a desistir do procedimento após um último encontro com seus familiares, refletindo sobre o processo de decisão.
Estudos indicam que, apesar da crescente descriminalização do suicídio assistido em vários países, cerca de 60% dos pacientes desistem do procedimento antes de sua execução, um dado que foi destacado no seminário. Isso sugere que, para muitos, o simples acesso ao direito de escolha pode resultar em uma reflexão mais profunda sobre a vida. O debate sobre a morte assistida, com diferentes perspectivas médicas e éticas, continua a ganhar relevância no Brasil e no mundo, à medida que mais países discutem a legalização e os direitos dos pacientes no fim da vida.