Uma mulher morreu após realizar um procedimento estético em Goiânia, onde foi aplicada uma substância chamada hialuronidase, utilizada para corrigir preenchimentos estéticos anteriores. A paciente, uma servidora pública, sofreu uma reação alérgica grave e morreu no hospital no dia seguinte ao procedimento. A investigação da Polícia Civil revelou que o produto usado era manipulado e não possuía a devida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que poderia ter aumentado os riscos. Além disso, a clínica onde o procedimento foi realizado foi interditada, e sua proprietária foi presa por irregularidades como o uso de produtos vencidos e a execução de procedimentos por profissionais sem a qualificação necessária.
A defesa da dona da clínica afirmou que ela possuía habilitação em biomedicina e enfermagem, justificando que estava autorizada a realizar os procedimentos. Contudo, a polícia destacou que a clínica não tinha equipamentos básicos para lidar com emergências, como um desfibrilador, e que as condições do local eram inadequadas para a execução de serviços estéticos de risco. A delegada responsável pelo caso alertou para a gravidade das falhas, como a presença de medicamentos vencidos e materiais inadequados, apontando a execução ilegal de procedimentos invasivos por profissionais não médicos.
A morte gerou comoção, especialmente entre os familiares da vítima, que criticaram a demora no atendimento médico de emergência. A irmã da vítima afirmou que os atendentes da clínica tentaram realizar uma intervenção inadequada, o que pode ter contribuído para o agravamento do quadro. A investigação prossegue, e o Conselho Regional de Biomedicina também está apurando as responsabilidades éticas e profissionais no caso. O ocorrido levanta questões sobre a regulamentação e fiscalização de procedimentos estéticos no Brasil, especialmente os realizados em clínicas não especializadas.