O Morro do Careca, um dos principais cartões-postais de Natal, está passando por um processo de erosão acelerado, colocando em risco sua estrutura e a segurança de turistas e moradores. Entre 2006 e 2023, o topo da duna perdeu 2,7 metros de altura, devido principalmente à erosão na base, onde falésias de até dois metros se tornaram visíveis. O avanço do mar, a ocupação desordenada da orla e a diminuição do transporte natural de sedimentos têm intensificado o problema, e relatórios recentes apontam um risco elevado de deslizamentos de terra na região. Em resposta, a Prefeitura de Natal decretou estado de emergência e está realizando obras de engorda da praia de Ponta Negra, com a expectativa de mitigar a erosão.
A erosão no Morro do Careca, que foi observada já na década de 1990, tem se intensificado nos últimos anos devido a diversos fatores. Além do impacto das marés e ventos, que são naturais à dinâmica costeira, as construções ao longo da orla e a retenção de sedimentos pelos rios, em função da construção de barragens, agravaram o quadro. A duna, que se formou sobre rochas mais antigas, corre o risco de sofrer desmoronamentos, o que aumenta a preocupação das autoridades locais, especialmente após a formação de voçorocas e o surgimento de cavernas na base do morro.
Apesar dos esforços da prefeitura e de pesquisadores, como o aumento da faixa de areia da praia e o uso de proteções contra as ondas, especialistas alertam que a recuperação completa da forma original do morro é improvável. O Morro do Careca não deve desaparecer, mas sua aparência pode mudar, prejudicando a identificação visual que é parte de sua identidade cultural. Investimentos em pesquisas e monitoramento contínuo são fundamentais para entender o volume de sedimentos e as melhores estratégias de preservação para esse ícone natural de Natal.