O banco de investimentos Morgan Stanley revisou suas projeções para o câmbio no Brasil, indicando que o dólar pode alcançar entre R$ 6,70 e R$ 7,00 em 2025 no cenário mais pessimista. A análise destaca a vulnerabilidade do real, causada pela falta de medidas fiscais claras por parte do governo, especialmente no que diz respeito ao controle da dívida pública. A desconfiança dos investidores e a ausência de reformas estruturais contribuem para o enfraquecimento da moeda brasileira, que já superou a marca de R$ 6,30.
A pesquisa do Morgan Stanley também apresenta um cenário otimista, sugerindo que, com a implementação de ajustes fiscais e redução do endividamento, o dólar poderia recuar para a faixa de R$ 5,40. No entanto, no cenário mais desfavorável, a moeda americana pode ultrapassar os R$ 7,00, indicando um risco fiscal elevado. O banco já havia antecipado essa trajetória de alta do dólar, que se concretizou rapidamente com a superação da barreira dos R$ 6,30.
O impacto da alta do dólar já é sentido por diversos setores da economia, especialmente no agronegócio. Produtores de grãos podem se beneficiar da valorização do dólar, mas produtores de alimentos destinados ao mercado interno, como os de tomate, enfrentam dificuldades. O aumento nos custos de insumos importados, como o diesel, tem prejudicado a rentabilidade, enquanto o aumento das taxas de juros e a alta do dólar devem continuar sendo desafios para o setor agropecuário em 2025.