Moradores de Mayotte, território francês no Oceano Índico, expressaram indignação durante a visita do presidente Emmanuel Macron, após a passagem do ciclone Chido. A falta de água potável uma semana após a tempestade foi um dos principais pontos de protesto, com alguns moradores acusando o governo de não agir com rapidez suficiente. Macron, em resposta, defendeu a assistência da França, afirmando que sem o apoio francês, os habitantes estariam em uma situação muito mais difícil. O presidente, no entanto, alertou contra a divisão entre as pessoas e contra a retórica política de alguns opositores.
Durante sua visita, Macron foi criticado por suas declarações, consideradas insensíveis por parlamentares de diferentes espectros políticos, incluindo de extrema-direita e extrema-esquerda. A oposição destacou que seus comentários transmitiram uma sensação de abandono entre os moradores, que frequentemente se sentem marginalizados dentro do sistema francês. Além disso, a fala do presidente sobre a narrativa da oposição foi vista como uma tentativa de desviar da responsabilidade do governo frente aos problemas imediatos enfrentados pela população.
As autoridades confirmaram 35 mortes, mas estima-se que o número real de vítimas possa ser muito maior, especialmente entre as comunidades mais vulneráveis. As equipes de resgate ainda não conseguiram acessar todas as áreas afetadas, incluindo favelas e bairros de difícil acesso. Apesar dos esforços para intensificar a distribuição de recursos, a situação continua a exigir uma resposta mais ágil e eficiente, com críticas à burocracia e à falta de infraestrutura adequadas. O Estado francês já investe substancialmente em Mayotte, mas os dados sobre o orçamento mostram disparidades no tratamento das regiões ultramarinas.