O monitoramento das tartarugas marinhas no litoral Norte do Espírito Santo já dura mais de 40 anos e permite um entendimento aprofundado sobre os hábitos e trajetórias dessas espécies. Através de métodos manuais e tecnológicos, como o uso de satélites para rastrear tartarugas gigantes, pesquisadores conseguem acompanhar a movimentação dos animais durante seus longos períodos fora da costa, identificando locais de alimentação e as rotas de desova. Esses dados ajudam a traçar estratégias de proteção e a prevenir ameaças como a pesca predatória e a ocupação de áreas costeiras.
Além da utilização de satélites, os cientistas também recorrem a identificações físicas, como plaquinhas numéricas de aço, para monitorar as tartarugas. A pesquisa não se limita ao Brasil; por meio da tecnologia, foi possível verificar que tartarugas do Gabão visitam a costa brasileira e até animais marcados no país foram encontrados na Namíbia. Este tipo de monitoramento evidência a necessidade de cooperação internacional para a conservação das espécies, já que as tartarugas não respeitam fronteiras nacionais. Por isso, a proteção das tartarugas marinhas requer esforços conjuntos e acordos multilaterais.
Após a desova, os pesquisadores cuidam dos ninhos para garantir a sobrevivência dos filhotes, protegendo-os de predadores e condições adversas. A Reserva Biológica de Comboios, no Espírito Santo, tem um papel crucial nesse processo, oferecendo uma área segura para a desova. A preservação dessa região e o trabalho de monitoramento realizado pelo Projeto Tamar têm atraído pesquisadores de todo o Brasil, reforçando a importância do local para a conservação das tartarugas. As estimativas para a temporada de desova de 2024 indicam que milhares de filhotes já nasceram, com o trabalho de monitoramento se estendendo até março de 2025.