O parlamento da Moldávia aprovou, na sexta-feira (13), a imposição de um estado de emergência nacional por 60 dias, que terá início em 16 de dezembro, devido à expectativa de um corte no fornecimento de gás natural russo a partir de 1º de janeiro. A medida foi adotada após um pedido do governo para garantir o fornecimento de gás para a região separatista da Transdniestria, que depende dessa energia para a produção de eletricidade e para a manutenção de sua economia. A Moldávia recebe gás russo via Ucrânia, mas o contrato de trânsito com a Gazprom expira em 31 de dezembro, o que aumenta a preocupação com a continuidade do fornecimento.
O estado de emergência permitirá ao governo moldavo tomar medidas rápidas para mitigar os impactos de um possível corte de gás, incluindo a redução das exportações de energia e o uso de rotas alternativas de fornecimento. O governo também teme uma crise humanitária e instabilidade no setor elétrico caso a Transdniestria, que não é reconhecida internacionalmente, seja afetada. Além disso, o governo moldavo acusa Moscou de tentar desestabilizar o país ao cortar o fornecimento de gás para a Transdniestria, ameaçando a segurança energética e a estabilidade da região.
Apesar das dificuldades, o governo moldavo afirmou que há alternativas para o fornecimento de gás, como o uso do gasoduto TurkStream, que poderia trazer gás via Turquia, Bulgária e Romênia. No entanto, as negociações com a Gazprom estão complicadas, pois a Rússia exige que a Moldávia pague uma dívida de US$ 709 milhões relacionada a suprimentos passados. A situação coloca a Moldávia diante de um cenário complexo, onde a energia e a segurança nacional estão em jogo, com o governo buscando garantir a estabilidade do país diante dos desafios impostos pelo corte iminente de gás.