O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, participou de um seminário sobre igualdade racial e destacou a importância de enfrentar o racismo estrutural no Brasil. Durante seu pronunciamento, ele enfatizou que, embora a compreensão sobre a existência desse racismo seja crucial, ela não é suficiente para uma transformação imediata da realidade social. Segundo Barroso, as desigualdades ainda são profundas e persistem, refletindo um cenário cruel e desequilibrado entre diferentes grupos.
O ministro fez uma reflexão sobre a história do Brasil, citando a existência de um “racismo escamoteado” ao longo de muitos anos. Ele explicou que, no passado, o país viveu com a ilusão de que a igualdade racial já havia sido alcançada, criando a falsa ideia de que a segregação social era algo natural, sem a necessidade de leis explícitas para formalizá-la. Essa visão de igualdade verdadeira, segundo Barroso, é libertadora, e a crença de que um grupo é superior a outro representa uma falha da sociedade.
Em seu discurso, Barroso também abordou a política de cotas para universidades públicas, celebrando a mudança que agora permite a inclusão de negros e outras minorias. O ministro ressaltou que, no passado, as cotas eram implícitas, pois eram “100% para brancos”, e que a política de cotas vigente é uma medida para corrigir essa exclusão histórica. Ele destacou que, apesar de os desafios persistirem, as condições para os negros hoje são melhores do que há algumas décadas, quando o acesso a direitos básicos era ainda mais restrito.