O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou, na última quinta-feira (20), a segunda fase da Operação Onipresença, que investiga um esquema de fraudes em plantões médicos no Hospital Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina, no interior do estado. A operação apura a atuação de médicos e funcionários que, segundo as investigações, manipulavam escalas de plantões e realizavam procedimentos cirúrgicos em horários impróprios, comprometendo a segurança dos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e uma prisão temporária, resultando na detenção de uma médica, considerada uma das líderes do esquema. Na primeira fase da operação, ocorrida em dezembro, já haviam sido presas quatro pessoas e afastados seis profissionais, além da apreensão de materiais e documentos que comprovariam a prática de crimes como peculato, falsidade ideológica e associação criminosa. A fraude envolvia a realização de cirurgias eletivas durante plantões de urgência, o que gerava riscos à saúde e à vida dos pacientes.
A investigação também revelou a ocultação de erros médicos e a subtração de materiais essenciais para os procedimentos. Além disso, foram identificadas tentativas de influenciar testemunhas e de prejudicar a coleta de provas. O hospital, que é conveniado ao SUS, afirmou em nota que os profissionais investigados prestavam serviços por meio de uma empresa terceirizada e reiterou seu compromisso com a transparência e a colaboração com as autoridades. A operação foi conduzida pelo Gaeco e pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Leopoldina.