O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a prisão imediata de dois réus condenados pelo assassinato do líder indígena Yaminer Suruí, ocorrido em 1988, no município de Aripuanã, Mato Grosso. A dupla, condenada em 2017 por homicídio qualificado, segue em liberdade devido a um recurso que ainda não foi julgado. O MPF pediu que o recurso tenha tramitação prioritária, alegando que a demora na execução da pena já resulta em injustiça, uma vez que o crime, que vitimou um líder importante da comunidade Paiter-Suruí, permanece impune após sete anos do julgamento.
O cacique Yaminer Suruí, que tinha 70 anos na época de sua morte, era uma figura central na luta pela preservação das terras e florestas de seu povo, enfrentando invasões e a exploração ilegal de madeira na região. Ele foi assassinado em 16 de outubro de 1988, sendo baleado e seu corpo posteriormente queimado e abandonado em uma vala. Yaminer tinha um papel crucial tanto espiritual quanto político na tribo, sendo uma voz ativa na defesa dos direitos territoriais e culturais dos Paiter-Suruí.
O pedido do MPF também requer que os nomes dos condenados sejam incluídos no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), a fim de garantir que as punições sejam cumpridas de forma efetiva. A ação sublinha a importância de acelerar o processo judicial em casos que envolvem a proteção de líderes indígenas e a defesa do meio ambiente, áreas frequentemente ameaçadas por atividades ilegais e predatórias.