O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 16 pessoas por envolvimento em uma rede de milícia privada que operava no Brás, uma das principais regiões comerciais da cidade. Entre os denunciados estão cinco policiais militares e uma escrivã da Polícia Civil, acusados de extorsão, lavagem de dinheiro e exploração de vendedores ambulantes, muitos deles estrangeiros. A denúncia, realizada no âmbito da Operação Aurora, detalha que os acusados exigiam pagamentos anuais e semanais de valores elevados, somando até R$ 15 mil por ano e R$ 300 semanais de cada ambulante para permitir a atuação no local.
As investigações começaram após informações da Corregedoria da Polícia Militar, que alertaram o MP sobre o esquema de cobrança de taxas ilegais e ameaças de violência. Segundo os promotores, os ambulantes recorriam a agiotas para pagar as exigências dos milicianos, sendo as dívidas cobradas de maneira extremamente violenta. Durante a operação, que envolveu a Corregedoria da Polícia Militar e da Polícia Civil, foram cumpridos diversos mandados de prisão e apreensão, resultando na detenção de policiais militares e civis, além da quebra de sigilos bancário e fiscal de empresas envolvidas no esquema.
Até o momento, nove dos denunciados já estão cumprindo prisão preventiva. As investigações apontam que o grupo atuava com extrema violência para garantir o pagamento das cobranças ilegais e que a operação visava desmantelar a estrutura de corrupção e extorsão. A Justiça ainda não se pronunciou sobre a aceitação formal da denúncia, enquanto um policial militar e uma policial civil seguem foragidos.