O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou 16 pessoas, incluindo policiais militares e civis, por envolvimento em atividades criminosas no bairro do Brás, região conhecida pelo comércio popular da cidade. O grupo é acusado de formar uma milícia privada, praticar extorsão, lavar dinheiro e explorar vendedores ambulantes, muitos deles estrangeiros. A denúncia surgiu no contexto da Operação Aurora, deflagrada em dezembro de 2023, com o apoio das Corregedorias das polícias Militar e Civil.
A investigação revelou que o grupo cobrava valores elevados dos ambulantes para que pudessem operar na área. Os valores exigidos variavam entre R$ 15 mil anuais e R$ 300 semanais. Além disso, foi constatado que muitos vendedores recorriam a agiotas para realizar os pagamentos, e as cobranças de dívidas eram feitas de forma violenta. Durante a operação, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão, resultando na apreensão de dinheiro e documentos, além do bloqueio de sigilos bancários e fiscais de diversas pessoas e empresas envolvidas.
Entre os denunciados, nove já estavam em prisão preventiva, enquanto outros permanecem foragidos. O MPSP iniciou as investigações a partir de informações fornecidas pela Corregedoria da Polícia Militar. A Justiça ainda precisa decidir se acatará a denúncia, mas a Operação Aurora segue em andamento, com a apreensão de evidências e o foco na desarticulação de redes de milícias que atuam na exploração de comerciantes informais.
