O Ministério Público da Venezuela anunciou a liberação de 956 pessoas que haviam sido detidas durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro. Essas detenções ocorreram após a vitória de Maduro ser proclamada para um terceiro mandato, um processo contestado pela oposição e por parte da comunidade internacional. Em meio à repressão, mais de 2.400 manifestantes foram presos, com acusações de terrorismo e incitação ao ódio, e muitas dessas prisões ocorreram sem ordem judicial. A decisão de liberar parte dos detidos foi divulgada pouco antes do Natal, em resposta aos apelos de familiares e de movimentos civis, que realizaram protestos e vigílias nas semanas anteriores.
As libertações começaram na sexta-feira (20), com 200 detidos sendo soltos, somando-se a outras 179 liberações ocorridas durante a semana e 300 libertações desde novembro. Os protestos, que se intensificaram após a oposição declarar vitória para o candidato Edmundo González, foram marcados por críticas à transparência do processo eleitoral. Embora o governo tenha buscado responder aos apelos com a liberação dos presos, organizações de direitos humanos denunciaram casos de abusos durante as detenções e criticaram a falta de imparcialidade no processo eleitoral.
A situação política na Venezuela segue sendo monitorada de perto pela comunidade internacional. As recentes medidas de liberação de presos são vistas por alguns como uma tentativa do governo de apaziguar as tensões internas e externas. No entanto, o clima de incerteza e as constantes críticas à legitimidade da eleição mantêm a Venezuela em um estado de instabilidade política. Organizações de direitos humanos e a oposição continuam a pressionar por maior transparência, justiça e o fim das violações dos direitos civis.