O governo de São Paulo anunciou, no dia 5 de dezembro, que havia sido selecionado para receber R$ 27,8 milhões do Ministério da Justiça e Segurança Pública para a compra de 2.000 câmeras corporais para a Polícia Militar. Esse recurso, segundo o governo paulista, reconheceria o alinhamento do programa estadual com as diretrizes federais. No entanto, o Ministério da Justiça esclareceu que o processo seletivo ainda não foi concluído e que a liberação da verba depende de uma avaliação final, focada no cumprimento das normas e diretrizes técnicas estabelecidas pelo governo federal.
A fase crítica do processo de análise inclui a verificação do modelo adotado pelo estado de São Paulo, que introduziu câmeras com tecnologia diferente das anteriores, permitindo que os policiais interrompam a gravação, algo que não era possível com os equipamentos antigos. Especialistas apontam que essa funcionalidade pode comprometer a eficácia das câmeras, já que abre espaço para possíveis irregularidades. O governo estadual, por sua vez, defende que seu modelo está em conformidade com a legislação vigente e aguarda a aprovação do mérito na fase final da análise.
Além de São Paulo, outros oito estados foram selecionados para receber recursos federais para a compra de câmeras corporais, totalizando R$ 102 milhões. A liberação dos valores ocorrerá apenas após a conclusão da análise das propostas, que deve ser concluída até 15 de janeiro. O programa visa promover maior transparência e segurança nas ações policiais, uma medida apoiada pelo governo paulista, que recentemente mudou sua postura em relação às câmeras após casos de violência policial.