A milícia jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderada por Mohammed al-Golan, intensificou seus esforços para derrubar o regime de Bashar al-Assad na Síria. Desde novembro, o grupo tem avançado violentamente e capturado cidades-chave, em um dos momentos mais intensos dos 13 anos de guerra civil síria. Formado em 2017 a partir da fusão de vários grupos jihadistas, o HTS, que tem suas raízes na Frente al-Nusra, sempre foi um dos principais adversários de Assad, especialmente na província de Idlib, considerada seu último bastião de controle.
A relação do HTS com a Al-Qaeda, que foi rompida em 2016, ainda tem repercussões no cenário político e militar. O grupo passou a se posicionar como uma força com foco nos interesses regionais, mas sua separação gerou divisões internas, com grupos dissidentes, como o Hurras al-Din, continuando leais à Al-Qaeda. A estratégia do HTS de consolidar o controle sobre Idlib e adotar uma abordagem pragmática tem enfrentado críticas sobre abusos contra direitos humanos e acusações de crimes de guerra.
Com o aumento da pressão militar, o líder do HTS, Abu Mohammed al-Golani, tem tentado projetar uma imagem de governante moderado, com a promessa de maior tolerância religiosa e uma administração mais voltada para o bem-estar local. Em 2023, o grupo permitiu a realização de uma missa cristã em Idlib, marcando uma mudança em sua postura. No entanto, as suspeitas de sua verdadeira agenda continuam a gerar desconfiança internacional, com a ONU e os Estados Unidos mantendo o HTS como uma organização terrorista.