O Mercosul e a União Europeia (UE) assinaram, na última sexta-feira (6), um acordo de livre comércio após mais de duas décadas de negociações. A assinatura foi realizada durante a cúpula de líderes do Mercosul em Montevidéu, encerrando um processo que visou criar um mercado mais integrado entre os países da América do Sul e da Europa. O tratado tem o potencial de criar um dos maiores blocos comerciais do mundo, atrás apenas do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (USMCA) e da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP), com um PIB combinado de aproximadamente US$ 21,8 trilhões.
Esse novo acordo permitirá que os produtos brasileiros ganhem acesso ao mercado europeu com condições mais favoráveis, sem a necessidade de tarifas protecionistas, ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades para os países da União Europeia no mercado sul-americano. A assinatura do tratado é vista como uma vitória estratégica para o Brasil, que poderá expandir suas exportações, ao mesmo tempo em que avança nas discussões sobre práticas de governança corporativa e sustentabilidade, especialmente em áreas relacionadas às políticas ESG (ambientais, sociais e de governança).
O acordo não representa a solução imediata para todos os desafios comerciais, mas oferece uma plataforma para que os países envolvidos negociem questões complexas no futuro. A implementação do tratado será um processo gradual, com ajustes ao longo do tempo, especialmente diante das diferenças entre os membros da União Europeia e das particularidades dos setores produtivos de cada país. Apesar disso, a expectativa é de que o acordo traga benefícios econômicos significativos para ambas as partes, fortalecendo sua posição no comércio internacional.