O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou as diferenças entre o novo acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), anunciado em 6 de dezembro de 2024, e o acordo de 2019. O novo pacto incorpora ajustes importantes que atendem melhor aos interesses do Mercosul, como a preservação de políticas públicas em áreas como saúde e agricultura familiar, além de condições mais favoráveis para o setor automotivo e a defesa contra retiradas unilaterais de concessões. A negociação teve como foco equilibrar os interesses econômicos com as necessidades de cada bloco, resultando em um acordo moderno que reconhece a relevância ambiental do Mercosul.
O novo acordo, após dois anos de intensas tratativas, também reflete um contexto geopolítico e econômico alterado, com desafios como a pandemia, a crise climática e as tensões geopolíticas globais. Nesse cenário, o presidente Lula defendeu ajustes nos termos de 2019, com destaque para a inclusão de questões como compras governamentais, comércio de veículos e exportação de minerais críticos. A negociação visa não apenas aumentar as exportações brasileiras, mas também fortalecer os fluxos de investimentos e promover a inserção competitiva do Brasil no mercado global.
O pacto prevê um aumento significativo no comércio e nas oportunidades de investimento bilateral, com o foco na descarbonização da economia e no desenvolvimento sustentável. Além disso, a UE se comprometeu a oferecer um pacote de cooperação para apoiar a implementação do acordo, e medidas foram adotadas para garantir que os benefícios do comércio não sejam prejudicados por alterações nas políticas internas da União Europeia. O acordo ainda precisa ser ratificado pelos países-membros, mas já promete criar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, com impacto positivo sobre a economia de ambos os blocos.