O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia foi finalmente concluído após mais de três décadas de negociações, com uma versão revisada e atualizada do texto original, assinado em 2019. Durante a Cúpula do Mercosul em Montevidéu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância do acordo para fortalecer a integração econômica global, formando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, com 700 milhões de pessoas e um PIB conjunto de 22 trilhões de dólares. A negociação foi uma prioridade para o governo brasileiro desde 2023, e a versão final do tratado incorpora compromissos ambientais, além de assegurar condições favoráveis para o Mercosul, como a preservação de políticas públicas nacionais e a inclusão de temas relevantes, como compras governamentais.
Lula também fez referência à recente crise envolvendo críticas à qualidade dos produtos do Mercosul, especificamente após a rede Carrefour suspender temporariamente as importações de carne da região, enfatizando que a pujança agrícola e pecuária do bloco garante a segurança alimentar mundial. Ele reforçou que os produtos do Mercosul atendem a rigorosos padrões sanitários e ambientais, e que a qualidade desses produtos não será desvalorizada. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esteve presente na cúpula e assinou o acordo em nome da União Europeia, destacando os benefícios para ambos os blocos.
Além do tratado comercial, Lula abordou temas globais em seu discurso, como a defesa do meio ambiente e a reforma da ONU. Ele reiterou o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris e destacou a importância da justiça climática, pedindo mais ambição nas contribuições nacionais para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O presidente também reafirmou sua posição favorável à reforma das Nações Unidas, com o objetivo de ampliar a participação dos países em desenvolvimento nas decisões globais, destacando os esforços conjuntos do Mercosul e da União Europeia na busca por uma governança global mais equilibrada.