O Mercosul e a União Europeia concluíram as negociações sobre o tratado de livre comércio, com um acordo conjunto sendo alcançado recentemente. A confirmação veio após um encontro entre o chanceler do Uruguai, Omar Paganini, e o negociador-chefe da União Europeia, Rupert Schlegelmilch. O governo brasileiro foi apontado como um facilitador importante no avanço das conversações, e a mudança política na Argentina também contribuiu para a finalização do pacto. O anúncio oficial do acordo deve ocorrer durante a cúpula do Mercosul, marcada para esta sexta-feira (6), com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O tratado é considerado a maior parceria de comércio e investimentos entre os dois blocos, com implicações significativas para as economias de ambos. No entanto, a conclusão das negociações gerou controvérsias, especialmente em alguns países da União Europeia. A França, liderada pelo presidente Emmanuel Macron, expressou forte oposição ao acordo, destacando preocupações com os impactos sobre o setor agrícola francês. O governo francês busca apoio entre parlamentares europeus para bloquear a aprovação do acordo, argumentando que os termos do pacto representam uma ameaça ao setor agropecuário.
Além da resistência política, protestos também ocorreram na Bélgica, onde agricultores bloquearam rodovias em reação ao acordo, temendo que o livre comércio com o Mercosul afete seus rendimentos, especialmente em relação às importações de carne bovina. Embora o tratado tenha sido firmado, ele ainda precisa passar pela votação do Parlamento Europeu, onde será necessário o apoio de 15 dos 27 estados-membros para ser ratificado. A expectativa é que o processo de aprovação se arraste devido a esses desafios políticos e sociais dentro da União Europeia.