Na última sexta-feira (6), durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, foi anunciado o fechamento de um acordo de livre comércio entre os países do bloco e a União Europeia (UE), após 25 anos de negociações. A cerimônia, realizada em Montevidéu, contou com a presença dos líderes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O acordo visa reduzir tarifas de exportação e facilitar o comércio entre as nações, impactando mais de 750 milhões de pessoas.
Apesar de o acordo ter sido finalizado, ele ainda precisa passar por uma revisão jurídica, tradução para os idiomas oficiais e aprovação interna pelos governos dos países envolvidos. No caso do Brasil, o acordo será submetido ao Congresso Nacional antes de sua ratificação. A presidente da Comissão Europeia destacou que o acordo representa uma nova etapa para as relações entre os dois blocos, promovendo não apenas benefícios econômicos, como mais empregos e oportunidades de negócios, mas também uma maior cooperação política em um cenário global de crescente fragmentação.
O acordo também prevê salvaguardas para proteger os interesses dos agricultores europeus, especialmente em relação à concorrência com produtos do Mercosul. A UE compromete-se ainda a garantir que os investimentos respeitem padrões ambientais, com um foco particular na preservação da Amazônia, alinhando-se aos objetivos do Acordo de Paris para o combate ao desmatamento. O presidente uruguaio, anfitrião do evento, ressaltou que o acordo representa uma oportunidade significativa para todos os envolvidos, apesar das diferenças políticas internas no Mercosul.