O setor automotivo do Mercosul ganhou um prazo maior para eliminar as tarifas sobre os veículos produzidos pela União Europeia (UE), conforme o novo acordo entre os dois blocos econômicos, firmado em 6 de dezembro. O novo texto estabelece um cronograma mais flexível para a eliminação das tarifas, especialmente no caso de veículos com tecnologias inovadoras, como os eletrificados e a hidrogênio, permitindo que a transição seja feita de forma mais gradual. O prazo de desgravação dos veículos eletrificados foi estendido para 18 anos, enquanto para os modelos a hidrogênio chega a 25 anos.
Além disso, o acordo introduziu um mecanismo de salvaguarda inédito que visa proteger a indústria automotiva do Mercosul. Caso haja um aumento abrupto nas importações de veículos da UE, colocando em risco a produção local, o Brasil poderá suspender a redução das tarifas ou até retomar tarifas mais altas, de até 35%, por um período de três anos, com possibilidade de renovação. Essa medida poderá ser tomada sem a necessidade de compensação à UE, oferecendo maior flexibilidade para o Mercosul.
A negociação reflete a busca por um equilíbrio entre a abertura do mercado e a preservação das indústrias locais. O texto final do acordo, além de prorrogar o prazo para a eliminação das tarifas, cria uma rede de segurança para os produtores do Mercosul, garantindo que os investimentos e a produção local possam ser mantidos em face de uma concorrência externa crescente.