A CCR (CCRO3) venceu o leilão do lote 3 de concessões rodoviárias no Paraná, superando concorrentes de peso, como Pátria, EPR e 4UM, em uma disputa acirrada. No entanto, o mercado tem demonstrado ceticismo quanto à rentabilidade do projeto, refletido pela queda de 0,19% nas ações da empresa na sexta-feira (13), após uma perda de 3% no dia da oferta. A empresa venceu com um desconto tarifário de 26,6%, ligeiramente superior ao de seu principal concorrente, Pátria, que apresentou 26,5%. A concessão abrange 569 quilômetros de rodovias em uma região estratégica para o agronegócio, representando uma expansão significativa para a CCR no estado.
O contrato exige investimentos de cerca de R$ 10 bilhões e promete gerar sinergias operacionais, dado que 56% do sistema Rodonorte já é operado pela CCR. Especialistas como o BTG Pactual projetam uma taxa interna de retorno (TIR) real de 10% a 15% para o projeto, com um valor presente líquido (VPL) estimado entre R$ 900 milhões e R$ 1,2 bilhão. A empresa argumenta que sua experiência com a Rodonorte oferece uma vantagem competitiva, permitindo otimizações nos custos operacionais e previsões de aumento de 5% na receita, apesar do desconto nas tarifas de pedágio.
Embora a CCR tenha uma perspectiva positiva no longo prazo, com recomendação de “outperform” e preço-alvo de R$ 18 para 2025, o mercado está atento ao desempenho da empresa. O próximo grande leilão do setor, marcado para 19 de dezembro, envolve o lote 6, também no Paraná, mas com características distintas. A CCR indicou uma abordagem mais cautelosa, priorizando outros projetos, enquanto concorrentes como Pátria Investimentos e EPR surgem como favoritos para arrematar o lote 6, que exige investimentos de R$ 13 bilhões e oferece uma TIR de 10,64%.